Sou do tipo de pessoa que não se satisfaz com informações incompletas, em saber o básico e nem ir pela opinião de outras pessoas, gosto de ir a fundo, pesquisar, descobrir a verdade. E foi dessa forma que encontrei o curso de Cannabis Medicinal.
Meu interesse surgiu há uns três anos atrás ao saber que minha amiga Lílian estava dando óleo de cannabis para sua filha Rafaela que tem epilepsia refratária de difícil controle e tendo resultados positivos. Logo, comecei a ler as pesquisas que ela tinha feito e a me interessar cada vez mais. Paralelo a isso eu via vídeos e fotos de crises da Rafa antes e depois do óleo. Ver aquele ser tão pequenino sofrendo milhares de crises por hora, tendo seu desenvolvimento atrasado por conta das crises, sem conseguir sequer engatinhar me deixava aflita porque como professora de educação física e tendo estudado o desenvolvimento psicomotor toda minha vida, pensava como poderia ajudar e não encontrava uma resposta.
Lilian despertou em mim uma curiosidade imensa quanto ao uso do óleo de cannabis. Sou filha de bioquímico farmacêutico, fui criada aprendendo como funciona cada medicação no corpo, a importância das dosagens, as diferenças entre comprimido e cápsula, o tempo de absorção no corpo e os locais, a diferença entre tomar 3 vezes ao dia e a cada 6h, portanto, me falar que um óleo sem dosagem pré-fixada ou horários, feito artesanalmente faria efeito melhor que diversas medicações era algo inconcebível.
Foi então que vi propaganda do IV Curso de Cannabis Medicinal e me inscrevi. Qual não foi minha surpresa ao descobrir que o curso, chancelado pela UNIFESP era organizado e orientado por um padre da Igreja Católica. Sou católica e me surpreendi quando vi um padre a frente desse curso. A princípio não acreditei e pedi o contato do padre Padre Antônio Luís Marchioni, conhecido como Padre Ticão. Aquele senhor conversou comigo e me deu coragem para fazer o curso. Me inscrevi e comecei a participar das aulas.
Conforme as semanas iam se passando, em seu contato do Whatsapp ele me enviava outros cursos que ele promovia em sua paróquia: Produtos e Terapias Naturais; Portaria e Controlador de Acesso; Grupo de apoio Vencer o Câncer; Emprego, Trabalho e Faculdade e diversos cursos ligados a saúde e emprego, todos de graça! Ele tinha um trabalho social incrível e saber que eu poderia fazer um curso dele me deixou muito orgulhosa.
Em dezembro ele faria um grande encontro com as pessoas do curso, mas por ter pessoas de risco morando comigo, não poderia arriscar em plena pandemia me deslocar para outra cidade, me hospedar e me contaminar colocando em risco minha família, por isso não fui.
Ah, quanto lamento não ter ido conhecer Padre Ticão pessoalmente! Sequer pude me despedir!
Espero que hoje, ao lado do Pai ele possa me ouvir enquanto escrevo esta pequena homenagem ao grande homem que ele foi.
Obrigada Padre Ticão, por toda sua vida e por me deixar fazer parte de um pedacinho dela. Um dia nos veremos pessoalmente!
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Para sempre seja louvado!
Patrícia Motinha.
