Medicação a base de maconha.

A medicação a base de maconha medicinal vicia? Quais são os efeitos colaterais do uso da maconha medicinal? A maconha medicinal realmente faz efeito para tanta coisa como divulgam?

     Ao longo da última década muitos questionamentos têm ocorrido sobre o uso da maconha como aliada no tratamento de doenças diversas.

     Historicamente temos o registro de que há milênios os derivados da Cannabis para tratamentos de doenças das mais variadas foram muito utilizados.

Fonte:https://www.thegreenhub.com.br/a-primeira-civilizacao-a-usar-cannabis/

             "A Cannabis é uma das plantas medicinais mais antigas do mundo. Os chineses documentaram seu valor medicinal há mais de 4000 anos. Há também referências ao uso de Cannabis na Antiga Pérsia e nas sociedades árabes medievais como sedativo ou analgésico. A sua utilização disseminou-se para o ocidente e em 1563, o médico português Garcia de Orta descreveu as propriedades medicinais da Cannabis no seu livro "Colóquio dos simples e drogas e coisas medicinais da Índia". No entanto o seu uso consistente na Europa, para fins medicinais, ocorreu apenas no final da década de 1830." (Fonseca, 2019)

Primeira referência para fins medicinais foi em 2.727 a.C. pelo imperador chinês Shen NengFonte: https://sechat.com.br/en/uma-breve-historia-de-12-mil-anos-sobre-o-uso-medicinal-da-cannabis/

     Na década de 1960, um grupo de pesquisadores liderados pelo professor Raphael Mechoulam, de Israel, descobriu as estruturas químicas principais da Cannabis, sendo que o THC ( tethaidrocanabinol) se destacou pelo fato de ser o componente psicotrópico da planta. Com o aprofundamento da pesquisa, descobriu-se que o THC se liga a receptores canabinóides CB1 e CB2, fazendo com que o interesse pelas pesquisas do uso dos canabinóides fosse renovado.

Fonte: https://geaseeds.com/blog/pt-pt/raphael-mechoulam-referencia-na-investigacao-de-cannabis/

     Temos um sistema endocanabinóide em todos os nossos sistemas corporais que se conectam com a maconha.

     “A Organização Mundial da Saúde (OMS), órgão das Nações Unidas, determinou que o Canabidiol (CBD), molécula não psicoativa da planta Cannabis não é uma substância perigosa, pelo contrário, apresenta um potencial terapêutico alto”. (Relatório da OMS em 2017)

     Como cada indivíduo tem características diferentes e por isso deficiências específicas, a Cannabis atua em diferentes sistemas endocanabinóides fazendo com que cada pessoa precise de uma dosagem diferente, e também existam reações diferentes, como em qualquer medicação.

      Formas farmacêuticas: cápsula, comprimido, chá, tintura, solução, homeopatia, sublingual, creme/gel/pomada, entre outros

     Como em todas as medicações, o uso da Cannabis Medicinal também pode causar efeitos colaterais e/ou reações adversas, mas não necessariamente. Alguns exemplos: ansiedade, euforia, diarréia, insônia, sonolência, tontura, vômito, refluxo, desconforto gástrico, aumento de apetite, diminuição da pressão sanguínea, boca seca, entre outros.

     Cannabis na prática clínica - a maioria dos pacientes faz uso da Cannabis Medicinal para: dor, distúrbios de humor e insônia, falta de apetite, infecções oportunistas, ansiedade, depressão, convulsões, doenças neurodegenerativas (Alzheimer, Parkinson, Esclerose Múltipla, Doença de Huntington, Paralisia Supranuclear Progressiva).

     A medicação a base de maconha medicinal vicia?

     Não, porque se for feita a retirada brusca da medicação não haverá o efeito rebote característico da interrupção de medicações.

     Quais são os efeitos colaterais do uso da maconha medicinal?

    Ansiedade, euforia, diarréia, insônia, sonolência, tontura, vômito, refluxo, desconforto gástrico, aumento de apetite, diminuição da pressão sanguínea, boca seca, entre outros.

     A maconha medicinal realmente faz efeito para tanta coisa como divulgam?

     Sim. O medicamento tem efeitos positivos em várias doenças: dor, distúrbios de humor e insônia, falta de apetite, infecções oportunistas, ansiedade, depressão, convulsões, doenças neurodegenerativas (Alzheimer, Parkinson, Esclerose Múltipla, Doença de Huntington, Paralisia Supranuclear Progressiva).

 

Referências:

FONSECA, Bruno M. Canábis e Canabinoides para Fins Medicinais. Revista Portuguesa de Farmacoterapia, 11, 21– 31.2019. Disponível em http://revista.farmacoterapia.pt/index.php/rpf/article/download/211/187/. Acesso em 21 out 20.

MONTEIRO, Renata. Aula proferida no 4º Curso Livre de Cannabis Medicinal. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=u5sP1qmgM4U&list=PL6RKNK9bElZc0LnOiTJSqf6XRlmj1KLLM&index=11> Acesso em 25 ago 2020. 

Relatório da OMS reconhece que CBD não é psicoativo, nem vicia. HempMeds. 14 dezembro 2017. Disponível em: < https://hempmedsbr.com/relatorio-oms-confirma-beneficios-cbd/>. Acesso em: 20 out 2020.

ZUARDI, Antonio W; Crippa, José Alexandre S.; Hallak, James E. C. Cannabis sativa: a planta que pode produzir efeitos indesejáveis e trambém tratá-los. Rev. Bras. Psiquiatr. São Paulo, V.32, supl. 1. p.51 - 52. Maio 2010. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462010000500001&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 22 out 2020.